Translate

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

CASAS CANADÁ


Mena Fiala e Cândida Gluzman

As irmãs que impulsionaram a Casa Canadá e a moda brasileira

Mena Fiala, Cândida Gluzman e Casa Canadá
Mena Fiala, descendente de italianos, nasceu em Petrópolis, onde aprendeu com as irmãs Falconi a arte de fazer chapéus. Por volta de 1929, mudou-se para o Rio de Janeiro e conheceu Jacob Feliks, fundador da Casa Canadá, com quem passou a colaborar.
A Casa Canadá funcionou na Rua Gonçalves Dias até 1934. Quando houve a inauguração da sua grande loja, na Rua Sete de Setembro, Mena e Cândida foram convidadas para dirigir a seção de roupas por atacado. Cândida ia cinco vezes por ano a Paris e trazia modelos de estilistas como Balenciaga, Dior e Jacques Faith.
“Elas desmontavam as peças que vinham de fora e estudavam, buscando entender a modelagem, como aquela peça era feita” – explica Cristina Seixas, estilista e jornalista, que desenvolveu uma tese sobre a Casa Canadá. Criando e interpretando com base na inspiração dos modelos europeus, impulsionaram a implantação e o desenvolvimento da indústria do vestuário.
Canadá de Luxe
A procura era crescente e a importação tornava-se complicada. Para atender às clientes, foi aberta, em 1944, a Canadá de Luxe, a primeira grande casa de alta costura do Brasil. No dia 17 de julho do mesmo ano, acontecia o primeiro desfile com manequins, treinadas pelas irmãs. Inaugurava-se a tradição dos desfiles de moda como apresentação de tendências à imprensa e ao público consumidor. Mena e Cândida também foram responsáveis pelo primeiro prêt-à-porter do país.
“A Canadá sempre foi uma loja destinada às grandes fortunas. Os clientes podiam passar uma tarde inteira na Canadá. Você podia entrar e pedir para que lhe passassem uma pele, um vestido, haviam modelos fixas que ficavam o dia inteiro à disposição. Enquanto você assistia ao desfile, tomava um café, um chá; tudo sem a obrigação de comprar, é claro.” – conta Lucianita de Carvalho, filha de Mena Fiala.
A Casa Canadá fecha as portas
Em 1967, o prédio onde funcionava a Canadá foi desapropriado e a loja fechou as portas. Mena e Cândida continuaram dirigindo desfiles até 1972.
Em 25 de maio de 1977, quando completavam cinqüenta anos de carreira, realizaram um desfile apresentando sessenta criações, no Hotel Sheraton, em benefício da Obra O Sol. Na platéia, as clientes, as damas da alta sociedade e a imprensa.
Cinco anos depois, no dia nove de janeiro de 2001 a moda ficaria órfã de Mena.


“Acho que minha vida foi profícua, acredito que tenha ajudar a formar profissionais de primeira ordem; estou segura de que juntamente com minha irmã Cândida, tenhamos aberto caminho para uma moda brasileira que se tem expandido em vários setores, e em várias direções.” – Mena Fiala.

Nenhum comentário: