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segunda-feira, 16 de março de 2009

CLODOVIL HERNANDES POLÊMICO INTELIGENTE INCOERENTE ............


Clodovil Hernandes

Biografia
Clodovil Hernandes nasceu no interior de
São Paulo,Elisiário em 17 de junho de 1937 e foi adotado por um casal de imigrantes espanhóis (Domingo Hernández e Isabel Sánchez), nunca tendo conhecido seus verdadeiros pais. Foi educado em colégio interno por padres católicos. Fala francês e castelhano, além do português. Nos anos 60 ganhou fama como estilista de alta costura, mantendo uma "rivalidade" com Dener.Clodovil formou-se professor, mas ainda jovem se tornou um estilista conhecido no país e logo passou a trabalhar também na televisão, na qual já acumula mais de 45 anos de carreira em quase todas as emissoras de TV do país. Ficou famoso em 1976, ao ganhar o prêmio máximo no programa "8 ou 800?", apresentado por Paulo Gracindo, ao responder perguntas sobre Dona Beja.No início dos anos 80, apresentou na Rede Globo o programa feminino TV Mulher, considerado revolucionário na época, ao lado da ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, então uma sexóloga.Em 1992, apresentou o programa Clodovil Abre o Jogo, da extinta Rede Manchete.Como premiado figurinista de teatro, Clodovil também já trabalhou como ator e possui registro como cantor.Em maio de 2001, Clodovil estreou no comando do programa Mulheres (TV Gazeta), ao lado de Christina Rocha. Polêmico como sempre, Clodovil fazia críticas à colega, ao vivo. Após alguns meses, a parceria foi desfeita, e Clodovil passou a comandar um talk-show nas noites da TV Gazeta, durante as quais preparava receitas para receber seus convidados.Em 2004, já na RedeTV!, passou por uma fase polêmica devido ao desentendimento com integrantes do programa Pânico na TV. Um dos quadros do programa propunha que personalidades consideradas arrogantes pela equipe calçassem as "sandálias da humildade", e em certo momento Clodovil tornou-se o alvo dos humoristas. O apresentador se esquivou de duas investidas dos repórteres do Pânico. Na terceira tentativa, foi perseguido por dois carros, um helicóptero e um trio elétrico. Seguido desde os estúdios da emissora, em Barueri, na Grande São Paulo, o veículo do apresentador foi fechado no meio da Marginal Pinheiros, e acabou por escapar. No dia seguinte à apresentação de todo o incidente no Pânico, Clodovil fez um desabafo ao vivo em seu próprio programa, A Casa é Sua, que apresentava desde 2003. Em seguida, abandonou os estúdios da RedeTV! com o programa em pleno ar. Dois dias depois, foi demitido da emissora. Em abril de 2007, Clodovil voltou à televisão com o programa "Por Excelência", na TV JB (o nome do programa faz referência à sua então condição de deputado federal). Foi demitido novamente por causa de alguns problemas de saúde.Em 2006 entrou para a política após candidatar-se e eleger-se deputado federal pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC), possuindo inclusive o terceiro maior número de votos em São Paulo, estado por onde se candidatou. Usou bastante ironia em sua campanha, como a frase: "Vocês acham que eu sou passivo? Pisa no meu calo para você ver..." Tornou-se então o primeiro homossexual assumido a ser eleito deputado federal. Apesar disso, declara-se contra a Parada do Orgulho GLBT, o casamento gay e o movimento homossexual brasileiro.
Em setembro de 2007 o deputado decidiu trocar de partido e filiou-se ao
Partido da República (PR), correndo desde então o risco de perder o mandato por infidelidade partidária, pois o TSE decidiu no dia 27 de março de 2007, que o mandato pertence ao partido e não ao eleito. No entanto, em 12 de março de 2009, foi absolvido por unamidade dos votos Clodovil deixou o partido alegando ter sido abandonado pela legenda desde a eleição, quando não recebeu material de campanha, e posteriormente, quando não recebeu assessoria jurídica do partido. Devido a isso, os ministros do TSE concordaram que houve perseguição interna, uma das condições que permitem que o parlamentar troque de legenda.

sábado, 14 de março de 2009

FARRAH FAWCETT UMA LEOA LUTANDO...


Mary Farrah Leni Fawcett nasceu em Corpus Christi no Texas, 2 de fevereiro de 1947 é uma atriz norte americana.Considerada um dos símbolos sexuais mais famosos nos anos 70 e 80.
Foi casada com
Lee Majors (da série "O Homem Biônico") e ficou famosa na TV americana ao integrar, na década de 70, o primeiro elenco da série "As Panteras", no papel da detetive loura.
O pôster que lançou pouco antes da estréia do seriado, no qual aparece em um maiô vermelho, vendeu 7 milhões de cópias nos primeiros meses.
Apesar de ser tratada como a estrela do seriado, abandonou-o ao final da temporada, o que lhe custou uma ação judicial movida pelos produtores por "quebra de contrato". Para se livrar de pagar a indenização milionária, Farrah aceitou um acordo no qual deveria aparecer em três episódios anuais por 3 temporadas da série.
Depois de se separar de Lee Majors, Farrah teve um romance com o ator
Ryan O'Neal que durou 17 anos e com quem teve um filho. Esse caso fez com que Ryan tivesse um sério atrito com sua filha atriz Tatoon O'Neal, que não aceitou essa relação.
Nos últimos tempos Farrah teve diversos problemas pessoais, sendo agredida por um namorado e tendo que participar do seu julgamento. As fotos da polícia em que ela aparece toda cheia de hematomas acabaram por ser publicadas por um tablóide, tornando-a um símbolo de luta das mulheres americanas contra a violência de seus parceiros.
Ela também retirou um tumor e desde então vem lutando contra um
câncer no intestino, com ajuda da quimioterapia.

O programa de televisão Entertainment Tonight, da CBS, começou a emitir uma série de vídeos que mostram a luta contra o cancro da actriz Farrah Fawcett, que está a fazer um tratamento especial na Alemanha.

PATRICK SWAYZE UMA LUTA


Patrick Swayze nasceu em Houston, 18 de agosto de 1954 é um ator estadunidense.
Começou sua carreira como
bailarino clássico, interrompendo por problemas recorrentes de lesões originadas na juventude do futebol americano. Decidiu então priorizar sua carreira como ator.
Swayze ,filho de Patricia "Patsy" Yvonne Helen, coreógrafa, instrutora de dança, e dançarina - e Jesse Wayne Swayze. Embora o apelido "Swayze" seja de origem francesa, é sobretudo de ascendência irlandesa. O seu irmão, Don Swayze, também é ator.
Até os 20 anos, Swayze vivia no bairro de Oak Forest, Houston, onde ele estudou na Santa Rosa de Lima, Escola Católica. Durante este tempo, ele também prosseguido múltiplas habilidades artísticas e esportivas, como patinação gelo, ballet clássico, e atuando. Estudou ginástica na vizinha San Jacinto College, por dois anos.
Em 1972, mudou-se para Nova York para completar sua formação formal de dança no Ballet Harkness e Joffrey Ballet. É casado com a atriz Lisa Niemi.


Estrelou filmes de sucesso como Ghost - do outro lado da vida, Dirty Dancing e Donnie Darko.
Está, atualmente, trabalhando como Charles Barker, um agente do FBI, na série
The Beast.
Patrick Swayze sofre de
câncer no pâncreas, e está em tratamento, em estado muito delicado.

sábado, 7 de março de 2009

DARLENE GLÓRIA...QUEDA PARA O ALTO


Com um extenso currículo de ex-candidata a miss, ex-cantora de rádio, ex-atriz de circo, ex-namorada do policial da repressão Mariel Mariscot, ex-drogada, ex-interna no Hospital Psiquiátrico Pinel e ex-filha-de-santo, a atriz capixaba Darlene Glória, nascida Helena Maria Glória Vianna, 56 anos, hoje não se restringe a militar somente na Assembléia de Deus, religião que, segundo ela, abraçou para encontrar a paz. É verdade que o passado que sepultou sua vivacidade e seu indiscutível talento também foi enterrado com a virada radical que deu há 25 anos. Mas, depois de espalhar pelos quatro cantos a palavra de Deus e ficar restrita aos trabalhos evangélicos e do lar, ela percebeu que esse mesmo Deus a liberou para voltar à carreira de atriz. Uma carreira, diga-se, que, se não fosse atropelada pelas loucuras que cometeu e pelas montanhas de drogas que consumiu, ainda seria repleta de brilho. Quem não viveu os anos 70 e assim, na mesma década, não pôde acompanhá-la como a grande musa do cinema nacional de então não tem idéia do talento de Darlene Glória. Seu vigor nas telas era insuperável. Tão insuperável que foi difícil para Marília Pêra no momento reconstituir nos palcos o clássico de Nelson Rodrigues Toda nudez será castigada, texto adaptado para o cinema com Darlene no papel da prostituta Geni.
Revigorada depois de uma vida religiosa, a atriz inicia uma nova fase em sua vida. Faz parte desse processo o lançamento de Uma nova Glória , biografia que passa sua trajetória a limpo e que será transformada em filme sob a batuta do velho companheiro de guerra Roberto Faria, produtor do premiado Toda nudez será castigada, primeiro sucesso de Arnaldo Jabor como cineasta. Nascida em São José do Calçado, Espírito Santo, Darlene cresceu em uma família pacata e religiosa, protegidíssima como segunda filha de seis irmãos. Sua avó era a parteira da cidade e o pai, agente dos Correios. A mãe, dona de casa, foi quem mais brigou por sua conversão. "Aprendi o Evangelho até os 12 anos, quando nos mudamos para Cachoeiro de Itapemirim", lembra a atriz, que se fixou no Rio de Janeiro no auge da carreira. Darlene Glória voltou dos Estados Unidos há um ano, onde passou cinco. Atualmente mora em um espaçoso apartamento em Copacabana, zona sul carioca, com seus quatro filhos, entre eles Rodrigo, 28 anos, nascido da sua única noite de amor com Mariel Mariscot. Confessa que continua amando Marcus Vinícius de Almeida Brandão, pai de dois de seus filhos e de quem está separada há quase uma década. "Para quem tinha uma pomba-gira, verdadeiro furor uterino, ficar nove anos e meio sem fazer sexo é uma grande prova de que Deus existe." Agora, seu maior sonho é voltar a fazer novelas. Mesmo assim, recusou o convite de Walter Avancini para viver uma bruxa em Brida. "Posso fazer uma prostituta, mas bruxa não, porque lida com as trevas", disse ela na entrevista calorosa e ousada que concede .Experimentei LSD, maconha, cocaína e bolinhas. Só não tomei picada. Não descartava remédio para acordar e também para dormir. Era todo dia, a qualquer hora. Às vezes, dava um espaço de dois dias para me recuperar. Foi um milagre não ter morrido de overdose.
Nunca fui a Vera Fisher da minha época, É preciso muito tato e isso saiu numa revista evangélica. Tenho muito carinho por Vera, admiro e oro por ela. Se tivesse que ajudá-la, não seria pela imprensa. Mas a verdade é que eu fui muito mais fundo que ela. Tenho compaixão e sei que Vera vai sair dessa, porque o Brasil inteiro reza por essa mulher maravilhosa. Sei da angústia que ela vive. Muita gente olha de fora e pensa que ela tem uma vidona, que tem tudo, mas nem imagina o que é seu inferno interior.
O fundo do poço, foram os dias que antecederam minha conversão. Cheguei de volta do Festival de Berlim, em 1973, no auge da fama. Eu me sentia vitoriosa, reconhecida como atriz e não só como a mulher que se despia na tela. Voltei com todos os troféus, mas queria morrer. Era capa de revistas e eu com uma taquicardia que me consumia. Amargava dias difíceis, andando encurvada como se carregasse um peso de 500 quilos nas costas. A droga era parte da minha rotina.
Fui estuprada duas vezes, candidata a Miss Cachoeiro de Itapemirim e meu sonho era chegar a Miss Espírito Santo. Tenho certeza de que foi tudo armado por minha hostess, que me dopou. Quando me dei conta, apaguei. Só sei que o homem que praticou a violência era rico. Acordei com um forte barulho de pancadas na porta, sem roupa e com o lençol manchado de sangue. O estuprador tinha mandado seu empregado completar o serviço. Foram dois estupros seguidos, nem tinha acordado direito e veio o outro, um jumento que quase me matou. O estuprador rico disse que se eu falasse alguma coisa era uma mulher morta. Logo eu, que sonhava com o príncipe encantado.
Fui garota de pragrama em uma fase da minha . Mas me revoltava. Por que minha profissão não me dava o dinheiro suficiente para viver? Artista e prostituta naquela época eram a mesma coisa. Não havia reconhecimento. Isso foi muito antes de eu me tornar famosa.
Tive uma unica noite Mariel Mariscot, policial ligado ao Esquadrão da Morte. É o pai, inclusive, de um de meus filhos, Rodrigo, 28 anos, na única noite em que dormimos lado a lado, fiquei grávida de Rodrigo. Foi uma época de desencontros, porque ele achava que eu era louca, drogada. Eu o amei demais. Ele era machão e eu não era submissa, mas uma rebelde. Então, não funcionava. Mas ficou o Rodrigo, que não é um filho, mas o melhor amigo que tenho na Terra . Esse rapaz lindo é músico, compositor e vai lançar um disco solo. Contei a ele a história de amor que vivi com seu pai. Muita gente queria matar Mariel, porque ele também matou muita gente. Queria aparecer de bom moço, como pai do filho de Darlene Glória, e eu queria esconder o menino, assustada. Eu e Rodrigo tivemos que fugir várias vezes de pessoas que queriam nos matar. Houve até tentativa de rapto. Foram 18 anos de perseguição.
Meu ultimo marido era o pastor Marcus Vinícius de Almeida Brandão, não era figura tão polêmica, mas me deixou para viver com uma mulher de 20 anos. Ele se casou com uma mocinha, mas não estão mais juntos. Os homens gostam de fazer isso. Várias amigas minhas, como Betty Faria, Suzana Vieira e Lígia Azevedo, só querem garotos. E os homens só querem meninas. Eu não quero um garoto, já passei dessa fase. Eu ainda amo meu marido, mesmo que me proíba de usar seu nome ou fale mal de mim.
Nunca mais. Sou uma "fonte selada", expressão bíblica. Não espero ninguém mais, porque sei que meu príncipe voltará. Para quem tinha uma pomba-gira, verdadeiro furor uterino, ficar nove anos e meio sem fazer sexo é uma grande prova de que Deus existe.
ISTOÉ – Você conviveu com os cineastas brasileiros que dominaram a cena nos anos 60 e 70 como Arnaldo Jabor, diretor de Toda nudez será castigada. O que você sente quando hoje vê Jabor fazendo comentários na televisão?Darlene – Me dá tristeza. Gemo por dentro. Está traindo a si mesmo, porque ele é muito mais que aquilo. É um iate se fazendo de barquinho.
A constatação de que eu era reconhecida foi um desafio alcançado. Mas a glória me trouxe a sensação de derrota, de fracasso. Acabaram-se os desafios, não tinha mais por que lutar.Não tinha mais como subir profissionalmente. Fui até convidada para filmar na Universal Pictures, em Hollywood, mas passei o tempo todo nos Estados Unidos tomando porres com Tom Jobim e sua mulher na época. Fui para ficar um mês com um diretor alemão, por quem tinha me apaixonado. Mas quando voltei, me tranquei em casa para morrer. Nesse tempo, estava envolvida com um português rico, 30 anos mais velho, que era o diabo em pessoa. Não conseguia me livrar dele. Tomava todas as drogas e quando voltava estava naquela realidade terrível. Vários artistas iam para a clínica Dr. Eiras, em Botafogo, para se desintoxicar. Vinícius de Moraes foi um deles. Uma noite, desesperada, peguei um táxi e fui para lá dizendo que ia morrer, mas não quiseram me internar. Em outra crise de angústia resolvi ir para o Pinel. Botei um salto com plataforma de 16 cm, uma saia azul cheia de pontas e um batom vermelho. Entrei gritando help, help! (socorro, socorro!). Eu me senti a Marilyn Monroe. Quando vi a injeção de sossega leão, quis fugir. Mas aí era tarde.
Fui para São Paulo fazer o papel principal de O marginal, com direção de Carlos Manga. Passei a noite inteira bebendo e, quando estava dormindo, esse senhor português apareceu no hotel com enfermeiros de uma clínica particular e me tiraram do ar com a sossega leão. Saí do corpo. Tive uma regressão até os dez anos, vi a claridade do trono de Deus. E, ao mesmo tempo, era uma mulher de 30. Aos dez anos me entreguei a Deus e tinha me esquecido disso. Tenho certeza de que foi esse voto que me manteve viva. Quando acordei, o médico me disse: "Você morreu!" E entendeu depois que tinha sido um plano contra mim. Podia ter morrido.
A ligação com o candomblé se iniciou domesticamente. Tinha um tio na família, Liliu, que foi pai-de-santo durante 50 anos, mas se converteu agora à Assembléia de Deus. Certa noite, meu tio me acordou com gritos horrorosos, como se um porco estivesse sendo estripado e morto. Vi horrorizada que ele se contorcia e espumava no chão. Sabia que se tratava de uma manifestação demoníaca. De outra vez, viajei com três pais-de-santo que diziam que me salvariam do mal. Chegamos em um lugar deserto e ermo, onde havia uma casa cinza e sem janelas. Aí, eles disseram: "Vai descer o pessoal do cemitério!" Quis escapar, mas eles tinham as chaves. Começou então uma orgia infernal. Os três se transfiguraram horrivelmente, contorcendo-se enquanto desciam até o chão como répteis, entortando mãos e pés para trás, babando e revirando os olhos. Espumavam e não falavam nada, só grunhiam feito porcos, como fazia meu tio. Onde fui cair, meu Deus!
Fiz várias cirurgias plásticas. Vou dando toques. Mulher tem que fazer isso. Se eu não gostar de mim, não posso gostar de ninguém. Agora mesmo acabei de fazer uma plástica para consertar uma burrada, que me deixou com a boca grande demais.
Escrevi nos Estados Unidos minha biografia e, às vezes, interrompia para chorar,e nesse periodo fui diarista em casas de familia.

MARTA ROCHA




No finalzinho do inverno brasileiro, mais precisamente dia 19/09 de 1936, nasce a sétima Maria da família Rocha. A lenda de que o sétimo filho do mesmo sexo estaria destinado a seguir uma trajetória muito diferente da dos outros irmãos, deixou de ser crença para dar início a brilhante vida de Maria Martha Rocha, a sétima filha.Seu pai o engenheiro Álvaro Rocha e sua mãe Hansa Rocha, criaram uma grande família de 11 filhos com uma mistura de descendências portuguesas, francesas, dinamarquesas, húngaras. No meio de tanta beleza se destaca Martha Rocha. Uma brasileira de cabelos dourados e olhos azuis que desde pequena encantava e era admirada por todos.A infância de Martha, não foi tão glamurosa quanto sua época de miss. Do tempo em que morava na Barra e passava suas férias em Mar Grande, na Ilha de Itaparica, Martha gosta de lembrar das vezes em que ficava sonhando com os ídolos do rádio, como Gregório Barrios, dos divertidos passeios com os amigos ( ás vezes as escondidas ) e sua irmã Laura.Sua vida dentro de casa era um tanto fria e distante. Vale lembrar que naquela época a educação era rígida e a vida em família era 100% patriarcal.Apesar de uma educação cheia de limites, Martha tinha noção do seu poder de sedução nato e gostava disso. Era cortejada por todos os garotos da região. Em uma das famosas festas no clube Cabana da Barra (SSA-BA), conhece a sua primeira paixão: Heitor. Um homem simpático e não muito bonito, mas que conseguiu ter o coração de Martha. Aos 18 anos em uma incrível coincidência, conhece Guilherme Simões, sobrinho do fundador do Jornal A Tarde. Guilherme a convence participar do concurso de Miss Bahia. Martha acha tudo aquilo muito engraçado e apesar de insegura decide participar do concurso. Seu pai deixa claro que não aprova a decisão da filha. Mesmo assim, Martha vai ao desfile e com sua beleza e carisma ganha o concurso de Miss Bahia. Desde então a vida da baiana forte e decidida nas suas posições começa a subir os degraus da fama.De Miss Bahia para Miss Brasil foi um piscar de olhos. Martha viajou para o Rio de Janeiro com sua mãe. No Rio, Martha Rocha podia tudo.Era a cidade dos seus sonhos, achava que lá iria começar a ser livre, e realmente começou.Martha Rocha foi consagrada Miss Brasil por unanimidade. Uma brasileira loira de olhos azuis representava o nosso país. Uma contradição? Talvez, mas até hoje Martha Rocha é o perfil do que há de beleza feminina.Em julho de 1954, ela chega aos EUA. Com 18 anos, no fervilhar da juventude Martha Rocha concorre ao título de Miss Universo. Desta vez, contava com um enxoval oferecido pelas melhores boutiques paulistas. Todos queriam vestir a nossa miss. Sua mãe sempre estava presente nas viagens. Apesar de não estar nos eventos sociais com a filha, D. Hansa era o refúgio e a pessoa que a apoiava em qualquer decisão.O povo americano, idolatrava Martha Rocha e as pesquisas de opinião pública, já a consagravam Miss Universo. Jornalistas de importantes jornais da época como Folha de São Paulo e O Cruzeiro acompanhavam Martha, não só por interesses profissionais. A brasileira acariciava os olhos e maltratava os corações dos homens.Ficar com o segundo lugar no concurso de Miss Universo nas condições que ela estava, não foi nada humilhante.O povo americano festejou a vitória de Martha Rocha com tanta euforia que nem ela mesma acreditava no que via.Fatores sociais, políticos e até as medidas dos corpos das candidatas, foram levantadas como possíveis boicotes do concurso. Mas de que importava? A nossa Miss Brasil, não precisava ser Miss Universo, para estar no coração dos brasileiros e comprovar a sua beleza.Martha Rocha era linda naturalmente e já tinha se tornado um mito.Conheceu estúdios Hollywoodianos, atores, atrizes e chegou a ganhar 30 mil dólares para fazer uma propaganda da Gesse Lever, uma empresa de cosméticos americana.A sua volta para o Brasil foi comemorada de todas as formas. Na Bahia foi recebida pelo governador da época, Régis Pacheco. Seguiu até o Palácio da Aclamação em um carro aberto e uma procissão a acompanhava. Milhares de pessoas queriam receber e dar carinho para a Miss Brasil.Era a pessoa mais requisitada em todos os eventos da cidade. Jantares, inaugurações, festas, em qualquer lugar Martha Rocha marcava presença. Até a penitenciária Frei Caneca, Martha visitou.A Miss ganhou a atenção do povo para Juscelino Kubitschek em uma varanda de hotel. Ela era a pessoa mais importante no cenário brasileiro na década de 50.Na mesma época conheceu Getúlio Vargas ( presidente ), freqüentava a casa de Kubitschek – era amiga de Sara Kubitschek.Mas foi em 1955 que um banqueiro português Álvaro Piano conquistou o coração de Martha e se tornou o primeiro marido da Miss. Um homem discreto que apoiava a profissão da esposa, mas não gostava de estar exposto à imprensa. Por isso o casamento foi bem discreto, em Buenos Aires, longe do assédio dos fãs.Antes de casar, gravou dois discos com Emilinha Borba e só não seguiu carreira de cantora porque o seu destino era outro. Álvaro era seu maior fã em qualquer circunstância.Martha Rocha sempre estava à frente do seu tempo. Casou cedo, foi morar longe da família e passou a ser dona de casa, na Argentina. Era vizinha da família Perón, portanto, sempre estava rodeada de pessoas importantes.Com Álvaro teve dois filhos: Álvaro Luis e Carlos Alberto. O seu casamento era um verdadeiro sonho. Álvaro era o parceiro ideal e supria até a saudade do Brasil e da família.Toda história tem um episódio de tristeza e nessa não podia ser diferente. O mesmo destino que traçou a brilhante trajetória da Miss Martha, tirou o banqueiro português da sua vida.Em uma viajem de avião de volta pra casa, Álvaro Piano morre.Martha Rocha com 23 anos e viúva, fica inconsolável e apesar de receber grande apoio da família do marido, decide voltar para o Brasil.A Miss volta para sua terra natal e como não se pode fugir do destino, volta também a estar presente no meio social. Um refúgio talvez, para suprir a imensa dor do seu coração.Em 1961, conhece Ronaldo Xavier de Lima que mais tarde viria a se tornar o seu segundo marido. Ronaldo era um homem bonito, charmoso e ao contrário de Álvaro gostava de festas e eventos.O segundo casamento de Martha Rocha foi o frissom do ano. A igreja da Candelária no Rio não podia acomodar tanta gente. Fotógrafos, jornalistas, amigos, curiosos, todos queriam ver a linda Miss Brasil, vestida de noiva.Foi necessário ajuda da polícia para conter os ânimos. Martha casou feliz e sonhava com um relacionamento duradouro. A lua-de-mel em Paris foi um verdadeiro luxo.Martha participou de campeonatos internacionais de cavalos ao lado da Rainha da Inglaterra, conheceu o príncipe Charles, entre outras celebridades.Apesar de tanto glamour, mais uma vez, terei que contar um episódio triste. Ronaldo se revela uma outra pessoa. Depois de 13 anos tentando manter seu casamento, decidiu – se separar –se.Claudia foi o grande fruto dessa relação.Naquela época a separação entre casais ainda não era uma coisa natural. Os três filhos ( Álvaro, Carlos e Claudia ) foram morar com Ronaldo Xavier.Martha Rocha sofre sua segunda decepção amorosa. Mas como o nome dela já diz, nossa Miss é forte como pedra.Depois disso, Martha que sempre contou com o apoio de Bebeth, Lígia e Roberto ( amigos do Rio), continua a sua vida.Hoje os filhos, Carlos Alberto (42), Álvaro Luis (43) e Claudia (35) lhe dão alegrias e netos.Portanto, nem tudo foi glamour na vida da nossa miss. Martha Rocha enfrentou desentendimentos familiares e apertos econômicos, que mudaram seu tipo de vida e seus valores. Nem um câncer no seio esquerdo da nossa Miss Brasil, tirou a força dessa mulher. E durante o tratamento da sua doença Martha Rocha desenvolve outro dom além passarelas, desfiles e fotografias. A pintura foi uma verdadeira terapia. Atualmente além de seus eternos compromissos com a moda, Martha pinta e vende seus quadros, que além de distraí-la, é a sua fonte de renda.A eterna Miss Brasil, nunca será esquecida pelos seus admiradores.Martha Rocha é um mito real que faz parte da história do povo brasileiro.