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sábado, 5 de dezembro de 2009

BRENDA LEE


Nascida Cícero Caetano Leonardo, Brenda chegou a São Paulo aos 14 anos e tornou-se figura conhecida e festejada do bairro do Bixiga. Comprou uma casa nesse bairro em 1984 e posteriormente criou a Casa de Apoio Brenda Lee para abrigar portadores de HIV rejeitados por parentes, fossem eles travestis ou não. A casa começou com três pacientes ainda no ano de sua compra, mas a instituição foi oficializada em 1988.
No dia
28 de maio de 1996, Brenda foi brutalmente assassinada com um tiro na boca e outro no peito e seu corpo foi encontrado mais tarde dentro de uma Kombi em um terreno baldio. [1] Sua missa de corpo presente — realizada pelo padre Júlio Lancellotti, representando o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns — foi rezada na sede da casa de apoio, na rua Major Diogo, na Bela Vista. Brenda era considerada o “anjo da guarda dos travestis” e tinha como objetivo ajudar a todos, doentes ou não, que eram discriminados pela sociedade.
O cineasta
suíço Pierre-Alain Meier dirigiu o filme-documentário intitulado Dores de Amor. Nele, expôs a vida nua e crua de quatro mulheres transgêneras, além da própria Brenda: Andréia de Maio, Claudia Wonder, Condessa da Nostromundo e Thelma Lipp.
O trabalho de Brenda tornou um referencial e um marco importante. Tanto que o prêmio brasileiro para aqueles que defendem os direitos Humanos foi intitulado “Prêmio Brenda Lee de Direitos Humanos”.

ASTOLFO BARROSO PINTO OU SIMPLEMENTE .............ROGÉRIA







ASTOLFO BARROSO PINTO, o menino com jeito delicado e muito brilho nos olhos ensaiava seus primeiros passos ao mesmo tempo em que cantava como gente grande. Nascido em 25 de maio de 1943 em Cantagalo, Norte Fluminense, não demorou muito para que sua estrela começasse a brilhar.Na juventude, tendo se inspirado em ícones cinematográficos internacionais como Betty Davis, Marilyn Monroe, desde os 10 anos quando morava em Niterói, interpretava personagens como Cleópatra bem como costumava se atirar dos cipós imitando Jane, preferida do Tarzan.
Exerceu a atividade de maquiador na antiga TV Rio e aos 19 anos embelezava personalidades do mundo artístico como Fernanda Montenegro, Emilinha Borba, Marlene, Elizete Cardoso, Nair Belo, entre outras. Nessa ocasião, a atriz Zélia Hoffman resolve chamá-lo por Rogério, que seria mais “soft”, justificando que Astolfo, nome de batismo, seria muito formal. A consagração do nome artístico veio no concurso de fantasias no Teatro República (RJ) em 1964. Vestida de Dama da Noite, vedete sofisticada do Moulin Rouge (Paris), empatou em primeiro lugar com Susy Wong que estava ricamente vestida. O resultado ocorreu não tanto pelo luxo de sua fantasia, mas pela presença de um talento nato, que a levou a roubar a cena. Foi quando, pela primeira vez, o público aclamou por Rogéria. A partir daí assume de fato a nova personalidade e com humor refinado garante que não tirou o Pinto nem do nome...
Na condição de homossexual consciente, Rogéria enfrentou inúmeros preconceitos de uma sociedade que jogava pra debaixo do tapete tudo o que não fosse convencional.
O sucesso logo despontou para essa geminiana com ascendente em leão. Primeiro no Internacional Set, posteriormente no Le Girls, o mais importante show de travestis de todos os tempos, passou a ser a grande estrela de Carlos Machado. Autodidata por excelência, inteligência aguçada, astúcia ferina e voz inesquecível, Rogéria arruma as malas rumo a novos desafios: parte para a carreira internacional começando por Moçambique.
Na Espanha nos anos 70 - enquanto participava do espetáculo com sucesso absoluto de público - teve que abandonar o palco devido às leis locais que obrigavam a operação de troca de sexo, prontamente rejeitada por Rogéria. Transferiu-se para a França logo a seguir, sendo o grande destaque do Carrousel de Paris. Nesta fase deixou o cabelo crescer, optou por fazer tratamento hormonal onde a figura feminina definitivamente se instalou.
Seu retorno ao Brasil foi glorioso, os elogios à sua carreira tornaram-se fatos corriqueiros, tendo recebido varias condecorações, entre eles o Prêmio Mambembe (1979), pelo espetáculo que fez ao lado de Grande Otelo com direção de Aderbal Freire Filho



Grandes montagens como Gays Girls, Gay Fantasy e Rio Gay, consagram Rogéria um ícone desta arte nos anos 80. Com a parceria de Agildo Ribeiro em “Alta Rotatividade” (1976), passa a ser um dos maiores sucessos de nossos palcos. Ainda no teatro fez Roque Santeiro, (1987) de Bibi Ferreira, também estrelou “Querelle” em 1989 com direção de Fabio Pillar. Em carreira solo percorreu várias cidades do Brasil, com shows entre eles “Adorável Rogéria”, “Rogéria solta”. Participa como cantora em “Diva”, “Taí - Carmem Miranda”, “O Tom da Bossa” nos anos 90. No cinema faz parte do elenco de “O Homem que comprou o mundo” em 1966, direção de Eduardo Coutinho, “Gigantes da América” nos anos 70 de Júlio Bressane, recentemente “Copacabana“ de Carla Camurati e “Tudo Azul” entre outros. Na televisão teve participações desde musicais até novelas. Foi estrela de grandes produções brasileiras no exterior.



Apesar de sofrido um acidente onde deixou sequelas em seu rosto,vemos que a beleza de Rogéria era apenas em detalhe pois possuidora de um carisma todo especial, Rogéria tem a qualidade de estrela que a coloca entre as principais figuras de nosso palco. Vaidosa e com tudo em cima, não descuida do visual, além de estar em ótima forma física, parecendo uma verdadeira pin-up. Ver Rogéria em cena cantando ou conversando com o público é ter certeza do que é uma verdadeira show-woman ou quem sabe um show-man, porque em Rogéria não vemos o travesti que apenas se fantasia de mulher e sim um artista que se veste de mulher para mostrar com elegante categoria toda uma arte especial.



Saber envelhecer no Brasil é uma arte. Poucos conseguem assumir a idade e mostrar ao público brasileiro que talento é como o vinho. Quanto mais velho, melhor é saboreado. Rogéria é como um vinho de uma boa safra, que foi melhorando a cada ano. Hoje cada aparição, seja em boate, teatro ou bares é como degustar a bebida em enorme estado de prazer.