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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

" CHRISTIAN LACROIX- TRAJES DE CENA" FAAP






EXPOSIÇÃO NA FAAP



" CHRISTIAN LACROIX- TRAJES DE CENA"



Christian Lacroix provocou choque quando surgiu, no início dos anos 1980, para reinventar a alta costura. O estilista francês ganhou fama internacional ao levar para as passarelas vestidos luxuosos, de tecidos volumosos, com cores fortes, muita pedraria e sofisticação – enquanto o restante do mundo da moda entrava numa onda de simplicidade e de minimalismo. Ao pregar o oposto, evidenciou sua autenticidade.
Nascido no ano de 1951, em Arles, cidade que encantou a artistas como Monet, Van Gogh e Gauguin pela exuberância das cores de sua paisagem, Lacroix fez seus estudos em História da Arte. Desde criança vivenciou a experiência da criação artística, se dedicando a observar todas as técnicas e apreender delas o que pudesse aplicar na prática. Em moda, teve o privilégio de formar-se dentro de uma maison, a Hermès, além de passar pela exigente corte imperial japonesa. Seus croquis são verdadeiras obras de arte, pela riqueza de detalhes nos traços e aguadas para dar volume.Na Maison Jean Patou iniciou seus primeiros passos profissionalmente, criando o ícone de sua carreira: a saia pouf, uma bem-humorada minissaia balão que em nada valoriza as curvas femininas. Aos 36 anos, sua notoriedade já era o suficiente para atrair a atenção do conglomerado LVMH – que detém ainda as grifes de luxo Dior, Givenchy, Louis Vuitton –, resultando numa parceria para a criação da Maison Lacroix.Inaugura assim o estilo barroco-chic, que agrega luxo e requinte a roupas oriundas de culturas diversas: regionais folclóricas, cigana, espanhola e quantas mais lhe inspirasse a fantasiar e improvisar. Redigere o que vê para dar vida nova ao já concebido. Dessa miscelânea, surge o diferencial frente a qualquer outro costureiro.
Em 2005, o grupo americano Falic comprou a Maison Lacroix. Em maio deste ano, ao declarar concordata da marca em decorrência da crise econômica mundial, abalou um pouco os alicerces do mundo da moda como conhecemos hoje. Afinal, até onde é possível manter o exagero e o glamour do espetáculo das semanas de moda? A empresa de Christian Lacroix registrou, em 2008, o prejuízo de 10 milhões de euros para um faturamento de 30 milhões.Quando o prazo estabelecido para determinar a falência da grife estava para expirar, a esperança voltou. No início de agosto, quatro propostas de compra chegaram aos administradores judiciais, além dos proprietários da marca, que apresentaram um projeto de recuperação das finanças da empresa. Agora, cabe à Justiça da França qualquer decisão. Pode ser esse o preço pelas excessivas asas dadas à imaginação. Mas a dívida pelo legado que o estilista propiciou à moda talvez seja, essa sim, impagável.






“um vestido de alta costura deve ser perfeito quando visto de perto; o prêt-à-porter deve ser bem real e prático; a moda é uma questão de linha, de cotidiano, com a marca de seu tempo. O que me interessa mais e mais é reencontrar esse lado contemporâneo das coisas”. CHRISTIAN LACROIX



Um comentário:

Ciça Criatura disse...

Se Lacroix não pode mais... quem pode? Um dos TOP 10 sem duvidas, diz ai meu querido amigo?