Translate

domingo, 12 de setembro de 2010

SANDRA BRÉA


Todas as manhãs, Sandra Bréa sentava-se diante do espelho e cumpria uma rotina. Penteava os cabelos, se maquiava e se vestia com a mesma vaidade do auge de sua carreira. “Eu sou uma estrela”, dizia aos amigos. Até os últimos dias de vida, não deixou de se comportar como a mulher estonteante que foi mito sexual nos anos 70 e 80. No isolamento em que se encontrava desde que descobriu ter aids, em 1993, fazia isso para não se entregar à depressão. Outra arma era escrever. Quatro dias após a sua morte, seu filho adotivo, Alexandre Bréa Britto, 21 anos, encontrou um diário escrito de maneira desordenada pela mãe.
Manuscritos estavam em folhas soltas e amassadas sob o colchão, nos armários e nas mesinhas de cabeceira do quarto da atriz, que na quinta-feira 11, faria 48 anos. São desabafos em sua maioria, dos últimos meses de vida, quando foi tomada pelas dores do câncer de pulmão que provocou sua morte, na manhã do dia 4, em sua casa, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. José Carlos Costa, o caseiro da casa relata que nas últimas semanas, a atriz tinha medo de se levantar sozinha da cama. “Você acha que eu mereço sofrer tanto?”

Nenhum comentário: