Na década de 1960, não existiam estilistas. Eram costureiros, que não saíam de suas oficinas, cercados por agulhas e tesouras.Com talento para a moda e vocação maior ainda para a autopromoção, Dener Pamplona de Abreu revirou todos os conceitos a respeito de homens que costuravam para mulheres. Paraense que migrou para o Rio de Janeiro mas fez carreira em São Paulo ,ele criou para si mesmo uma biografia de aristocrata destronado e uma personalidade de sucesso garantido: o esnobe afetadíssimo, de língua ferina e raciocínio rápido que fala "o que os outros não têm coragem de dizer".
Exagerar, exagerar sempre era o lema de Dener, que explorava ao extremo a figura lânguida, de cabelos esvoaçantes e eterno biquinho. Dentro do estilo dândi descontrolado, Dener usava camisas com jabôs imensos, enrolava-se em casacos de pele, não largava o cigarro (como era chique então) e jamais descia da pose. Venerava as senhoras das "famílias importantes" de São Paulo, cujo estilo de vida procurava reproduzir em escala radicalizada. Morava em um casarão alugado próximo ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo, servido por dez empregados. Acordava às 2 da tarde e sua primeira refeição consistia em ovo, iogurte e cerveja. Chegava ao ateliê às 4 e trabalhava até as 8. Ao encerrar o expediente, telefonava para o mordomo, Pierre (Pedro, no original), que fechava todas as cortinas da casa e acendia velas e abajures – Dener detestava luz no teto. À 1 da manhã, jantava; depois esticava, como se dizia na época, nas boates Ton Ton e Cave. Suas festas eram célebres. "Numa delas, quis pássaros exóticos na decoração. Como não encontrou, comprou pombas brancas, pintou-as com tinta a óleo e fez apliques de plumas. Morreram todas.
Em 1965, para surpresa geral de quem via seu perfil desbragadamente gay nas revistas e na televisão (em especial num outro marco de época, o programa Flávio Cavalcanti), casou-se com Maria Stella Splendore, modelo – ou melhor na época chamava-se manequim – de apenas 16 anos, e com ela teve um casal de filhos. O casamento durou quatro anos. Hoje, Maria Stella e a filha, Maria Leopoldina, vivem em uma comunidade hare krishna no interior de São Paulo; o filho, Frederico Augusto, morreu aos 26 anos motivado pelo vírus do HIV.
No mundo da moda, sua presença foi uma revolução. Ao acompanhar, observar e procurar recriar o que se fazia em Paris, com capricho especial nos acabamentos, trouxe para o Brasil um requinte que as madames só conheciam nas roupas que importavam. Sobrenomes conhecidos e artistas famosas compravam suas criações e freqüentavam sua casa. Durante o breve e malfadado governo João Goulart, sua mulher, a bela Maria Teresa, praticamente só se vestiu de Dener.Com o passar do tempo, Dener foi perdendo a mão, cansando a platéia, bebendo cada vez mais. Perdeu clientes, entrou em decadência. Morreu de cirrose aos 42 anos, sozinho e sem luxo........
Exagerar, exagerar sempre era o lema de Dener, que explorava ao extremo a figura lânguida, de cabelos esvoaçantes e eterno biquinho. Dentro do estilo dândi descontrolado, Dener usava camisas com jabôs imensos, enrolava-se em casacos de pele, não largava o cigarro (como era chique então) e jamais descia da pose. Venerava as senhoras das "famílias importantes" de São Paulo, cujo estilo de vida procurava reproduzir em escala radicalizada. Morava em um casarão alugado próximo ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo, servido por dez empregados. Acordava às 2 da tarde e sua primeira refeição consistia em ovo, iogurte e cerveja. Chegava ao ateliê às 4 e trabalhava até as 8. Ao encerrar o expediente, telefonava para o mordomo, Pierre (Pedro, no original), que fechava todas as cortinas da casa e acendia velas e abajures – Dener detestava luz no teto. À 1 da manhã, jantava; depois esticava, como se dizia na época, nas boates Ton Ton e Cave. Suas festas eram célebres. "Numa delas, quis pássaros exóticos na decoração. Como não encontrou, comprou pombas brancas, pintou-as com tinta a óleo e fez apliques de plumas. Morreram todas.
Em 1965, para surpresa geral de quem via seu perfil desbragadamente gay nas revistas e na televisão (em especial num outro marco de época, o programa Flávio Cavalcanti), casou-se com Maria Stella Splendore, modelo – ou melhor na época chamava-se manequim – de apenas 16 anos, e com ela teve um casal de filhos. O casamento durou quatro anos. Hoje, Maria Stella e a filha, Maria Leopoldina, vivem em uma comunidade hare krishna no interior de São Paulo; o filho, Frederico Augusto, morreu aos 26 anos motivado pelo vírus do HIV.
No mundo da moda, sua presença foi uma revolução. Ao acompanhar, observar e procurar recriar o que se fazia em Paris, com capricho especial nos acabamentos, trouxe para o Brasil um requinte que as madames só conheciam nas roupas que importavam. Sobrenomes conhecidos e artistas famosas compravam suas criações e freqüentavam sua casa. Durante o breve e malfadado governo João Goulart, sua mulher, a bela Maria Teresa, praticamente só se vestiu de Dener.Com o passar do tempo, Dener foi perdendo a mão, cansando a platéia, bebendo cada vez mais. Perdeu clientes, entrou em decadência. Morreu de cirrose aos 42 anos, sozinho e sem luxo........
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